Durante anos, o iFood parecia invencível. Taxas altas, domínio absoluto do mercado de delivery e uma presença que deixava pouco espaço para qualquer concorrente. Mas aí entrou em cena o 99Food, com uma estratégia ousada, investimentos robustos e uma proposta clara: mudar as regras do jogo.
O que parecia um duelo entre aplicativos de entrega se tornou, na verdade, uma aula sobre AEO (Answer Engine Optimization) e sobre como o digital vive um novo tipo de disputa: o da relevância nas respostas da IA.
Chegada do 99food: o dia em que o monopólio balançou
Quando a 99Food surgiu com força total, ninguém acreditava que ela pudesse realmente desafiar o iFood. Mas a marca entendeu algo essencial: monopólios só duram enquanto ignoram as dores do público.
Com taxas menores, benefícios para restaurantes e campanhas inteligentes, a 99Food mostrou que há espaço até nos mercados mais dominados, desde que alguém ouça o que o consumidor quer.
Essa lógica vale também para o universo digital. Durante muito tempo, o Google foi o “iFood” das buscas. Mas, agora, com o avanço dos answer engines (mecanismos de resposta baseados em IA, como ChatGPT, Perplexity e Gemini), o jogo virou. Não basta mais estar no topo dos resultados: é preciso ser a resposta preferida da inteligência artificial.
De palavras-chave a respostas inteligentes
O SEO tradicional sempre foi sobre ranking: quem aparece primeiro no Google ganha mais cliques, leads e vendas.
Mas o AEO muda tudo. Ele não pergunta “quem está em primeiro?”, e sim “quem tem a resposta mais confiável e contextual?”.
Isso significa que o foco não é mais apenas otimizar palavras-chave, mas construir autoridade semântica, ser entendido pelas IAs como uma fonte legítima, clara e precisa.
Em outras palavras: o SEO buscava ser encontrado; o AEO busca ser inevitável.
99Food e AEO: a conexão invisível
A comparação pode parecer curiosa, mas faz todo sentido. A 99Food enfrentou um gigante ao enxergar uma falha: o descompasso entre o que o mercado oferecia e o que as pessoas precisavam.
No digital, quem não entender essa lógica vai ser engolido pelo novo cenário. Hoje, não adianta apenas “aparecer no Google” — é preciso aparecer na resposta da IA.
Assim como a 99Food conquistou espaço ao reduzir barreiras e aumentar o valor entregue, as marcas que desejam performar em AEO precisam entregar conteúdo que simplifique a jornada do usuário. Afinal, quando a IA escolhe uma resposta, ela prioriza clareza, autoridade e utilidade real.
Como aplicar a lógica do AEO na sua estratégia
O AEO não é sobre mudar completamente o que você faz, mas sobre evoluir a forma como comunica.
Veja alguns princípios práticos:
1. Pense em perguntas, não em palavras-chave
O futuro das buscas está nas intenções. Antes de escrever, pergunte-se: que dúvidas meu público realmente tem? Ao responder de forma direta e contextual, você cria textos que as IAs entendem como respostas completas.
2. Invista em conteúdo com contexto
Um bom conteúdo de AEO precisa ir além da definição superficial. Ele deve mostrar entendimento profundo, citando referências, comparando cenários e explorando nuances.
(Quer um exemplo de como fazer isso bem nas redes? Veja este guia sobre marketing de conteúdo).
3. Construa autoridade intelectual
A IA valoriza consistência. Se o seu site publica com frequência, aborda temas de forma confiável e mantém coerência no tom e na estrutura, ele ganha relevância natural aos “olhos” dos mecanismos de resposta.
4. Adote o mindset da inevitabilidade
Ser inevitável é ser a escolha óbvia, aquela resposta que faz sentido, que chega rápido e que não deixa dúvidas. No AEO, é isso que faz uma marca sair do anonimato para o topo das respostas.
5. Mapeie o comportamento da IA como você mapeia o do público
As IAs que geram respostas (como ChatGPT, Gemini e Perplexity) também “aprendem” com padrões de comportamento. Entender como esses mecanismos interpretam contexto, fontes e confiabilidade é essencial para planejar um conteúdo otimizado.
Empresas que observam como suas páginas aparecem nas respostas de IA conseguem ajustar a linguagem, os títulos e até o formato dos textos.
Assim como o 99Food analisou as fragilidades do iFood antes de investir pesado, entender o funcionamento do ecossistema das IAs é o primeiro passo para conquistar espaço nas respostas certas.

O novo campo de batalha das marcas: relevância em tempo real
Hoje, o público não espera mais dez links para escolher, ele quer a melhor resposta em segundos. E é nesse intervalo minúsculo que o AEO acontece.
Enquanto o SEO tradicional busca atrair o clique, o AEO busca entregar o contexto. É um jogo de velocidade e profundidade, onde ganha quem consegue unir clareza e autoridade no mesmo conteúdo.
Esse novo campo de batalha não é mais sobre “visibilidade”, mas sobre ser lembrado e citado pelas inteligências artificiais como fonte de confiança.
A marca que compreender isso antes das outras vai dominar as próximas conversas digitais.
O que as universidades e edtechs têm a ver com isso
Esse novo cenário digital não afeta só o varejo ou o marketing. Instituições de ensino, edtechs e plataformas educacionais também precisam repensar suas estratégias.
Descontos e mídia paga podem atrair atenção momentânea, mas o diferencial competitivo real será a autoridade de conhecimento.
Quem se posicionar como fonte de respostas confiáveis (sobre ensino, mercado ou comportamento) vai se tornar referência natural nas respostas geradas por IA.
E, convenhamos, é bem mais sustentável ser reconhecido por conteúdo do que por preço.
99food: quando o inevitável chega
O sucesso da 99Food mostra que o impossível é questão de tempo e estratégia. Do mesmo jeito, o AEO chega para desafiar a zona de conforto do SEO tradicional. Enquanto alguns ainda medem sucesso por posição no Google, outros já estão construindo relevância nas conversas que as pessoas têm com as IAs.
No fim das contas, o que essa disputa ensina é simples:
- Não basta estar presente. É preciso ser inevitável.
- Não basta ranquear. É preciso responder.
- Não basta vender. É preciso gerar confiança.
E se a 99Food conseguiu balançar um império de entregas, o que impede uma nova marca (mais ágil, mais humana e mais inteligente) de conquistar o topo das respostas?





